Meus versos malandros se aproximaram de ti com um chapéu semântico de ousadia e com uns versos baratos debaixo de meu fino bigodinho Gostava tanto de te arrepiar com minha cambaleante retórica de conversas moles melosas malandras É o céu ter sua companhia É doce o amanhecer de uma morna manha de primavera envolvido em seus braços Os dias se sucedem às vezes meu vazio me empurra a águas tão longínquas Mas o mar revolto da solidão me carrega de volta ao teu cais Tu dizes: malandro te afasta nunca mais Com uma arma nos olhos a performática lágrima a rolar teus lábios pedem distância teu corpo lascivo grita: Fica me canta um samba barato me põe na direção em que for teu sapato e quando amanhecer me faz sofrer mais um pouco Pois sei que vais mas numa manhã qualquer com a cara lavada do ofício tu voltas meu canalha

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